Quem sou eu

Belém, Pará, Brazil
Blog da turma A4NA do Instituto de Estudos Superiores da Amazônia, administradores presentes para a construção de um futuro melhor, com a gestão ambientalmente correta e o desenvolvimento do agronegócio regional!

domingo, 3 de abril de 2011

Seja um líder sustentável


Faça o melhor que puder, sem atrapalhar o desenvolvimento futuro, buscando, nas atividades diárias, o equilíbrio entre os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais. Isto já é um bom começo da liderança sustentável. Leia mais.
O conceito de liderança sustentável está em cada vez mais em destaque atualmente, mas é algo que deveria ser visto desde sempre. Ao mesmo tempo em que uma mesa não se sustenta sem um dos pés, uma empresa não fica de pé sem um de seus apoios. E não é só o lucro. Falamos de funcionários, fornecedores, clientes, acionistas, comunidade.
É toda uma cadeia de pessoas e processos relacionados com as suas operações, principalmente em tempos de crise, quando os lucros diminuem e o perigo de quebra pode ser iminente. E você, como líder, deve tomar as principais decisões que levarão (ou não) a sustentabilidade de sua empresa.
Segundo o professor do MIT Peter Senge: “Em um momento de crise, todo mundo fica esperando que alguém faça alguma coisa e, em geral, chamamos isso de liderança”. E quem vai se diferenciar é quem pensar na frente e liderar para o futuro.
Os períodos de crise são extremamente úteis para esta discussão, pois neste momento vem à tona os valores mais profundos de uma organização e o caminho para as decisões fica mais claro. Desse modo, enquanto a maioria das empresas amarga a retração, muitas, por outro lado, vão melhorar significativamente sua participação de mercado. E é aí que o líder sustentável tem total importância.
Segundo o professor e headhunter Luiz Carlos Cabrera, o melhor conceito de desenvolvimento sustentável foi criado por Gro Harlem Bruntland, ex-ministra da Noruega, em 1987: “Desenvolvimento sustentável é suprir as necessidades da geração presente sem afetar as habilidades das gerações futuras de suprir as suas”.
É bem essa a ideia mesmo. Não precisamos salvar o mundo ou partir para teorias mirabolantes que coloquem tudo em ordem em um passe de mágica. O fundamental é fazermos o melhor que pudermos, sem atrapalhar o desenvolvimento futuro, buscando, nas atividades diárias, o equilíbrio entre os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais.
Prover o melhor agora para as pessoas, o planeta e o meio ambiente, para que as próximas gerações possam fazer o mesmo.
Ter uma liderança sustentável é pensar de várias maneiras com várias finalidades, mas com o foco em tornar o negócio sustentável de uma forma que ele não dependa mais ou menos de um dos “pés da mesa”.  A igualdade entre os pilares que a sustenta deve ser equilibrada e focada nos resultados, sem medo de tomar atitudes. Como bem lembrou Peter Senge: “Em estado de medo, nós concentramos nossa atenção automaticamente e, ao fazê-lo, a nossa consciência periférica, assim como nossa visão periférica, desaparece, e entramos num baixo estado de consciência. É a maneira de nos focarmos na ameaça.”
Na opinião de Senge, muitas empresas estão aterrorizadas e, assim, estão reagindo sem pensar - ou não estão pensando mais perifericamente.
Por isso, este é o momento de agir com consciência e pensando nos pilares que o levantam. Tenha foco nos seus resultados, mas não deixe de pensar em ações socialmente corretas, tanto com o meio ambiente afetado pelos seus negócios quanto com as pessoas ao seu redor.
Pegue os valores de sua empresa (e também os seus) e pratique ações culturalmente aceitas, zelando assim pelas coisas em que você acredita e sendo ético e sincero com a sociedade. Pense no impacto que você causa e discuta com fornecedores, acionistas e a comunidade que o cerca.
Faça com que as pessoas que trabalham ao seu lado tenham um ciclo de vida profissional que seja interessante tanto para ela quanto para a empresa. E entenda que algumas coisas decididas não vão ter resultados imediatos, muitas coisas são trabalhos de longo prazo.
Mas como lembramos lá no começo: isto não é apenas sobre números. É a busca de um equilíbrio ideal entre o que você tem como objetivos e o que esperam de você. Afinal de contas, a mesa precisa ficar de pé.

sábado, 2 de abril de 2011

Líder ou gladiador?


Líder ou gladiador?O eterno filme do Ridley Scott, o Gladiador, pode nos ajudar neste tema. Vamos relembrar: o ano é 180 e o general romano Máximo (Russel Crowe), servindo ao seu imperador Marco Aurélio, prepara seu exército para impedir a invasão dos bárbaros germânicos.

Na segunda etapa do filme, enquanto Cômodo assume o trono, Máximo, que escapa da morte, torna-se escravo e gladiador, travando batalhas sangrentas no Coliseu, a nova forma de diversão dos romanos.

Máximo, disposto a vingar o assassinato de sua mulher e de seu filho, sabe que é preciso triunfar para ganhar a “confiança” da plateia. Este é apenas um resumo, o filme serve como ensejo para falarmos de liderança, pois no primeiro momento do filme nosso general ou gerente da grande corporação (o exército de Roma), Máximo, teria sua ascensão profissional ao ser convidado para assumir o comando/presidência do império romano, no posto de Marco Aurélio que, na trama, acaba morto pelo filho Cômodo.

Independente do revés da trama, percebemos logo no início que Máximo era um líder natural. Nos primeiros minutos do filme vemos catapultas, flechas incendiárias, lanças e espadas na floresta contra os bárbaros... e quem estava liderando a tropa no front? Ele, o próprio, Máximo, dando o exemplo para toda a tropa de milhares de soldados.

A liderança ilustrada na história é um tema importante para os gestores devido ao papel fundamental que os líderes representam na eficácia do grupo ou da organização. Os líderes são responsáveis pelo sucesso ou fracasso da organização na batalha do mercado.

Liderar nunca foi, tampouco será, uma tarefa simples. Liderança exige paciência, disciplina, respeito (que requer tempo) e compromisso, pois a organização é um “ser vivo”, dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos e perfis.

Liderar, de uma forma clara, pode ser entendido como a gestão eficaz e eficiente das pessoas de uma equipe, para que se atinjam os objetivos e as metas propostas pela organização. Entre os desafios apresentados por um ambiente mutável e complexo – assim como a guerra -, as organizações estão valorizando cada vez mais os gerentes que possuem habilidades de liderança. Qualquer pessoa que aspire ser um gerente eficaz deve também se conscientizar de praticar e desenvolver suas habilidades.

Ainda em paralelo com o filme, você deve estar pensando que, como citado no livro de Sun Tzu, a ‘’Arte da Guerra’’, o perfil de liderança do General Máximo poderia ser imposto, pois o exército adota um modelo de liderança autocrático, com autoritarismo e ordem latentes.

Além do mais, ele obtinha a patente: era um general, não um soldado raso. Na prática o general é alguém estrategista, não poderia estar a frente da batalha com os soldados, apesar de não ter sido retratado desta forma no filme.

Logo na segunda metade do filme, já como escravo sem patentes, sem comando imposto ou um nome (marca) respeitado, ele conseguiu, com esforço, suor e sangue, conquistar a confiança e o reconhecimento dos demais escravos que o fizeram seu líder.

Tornou-se líder ora por conhecimentos técnicos de batalha, adaptados para outro local/mercado (arenas e Coliseu), ora por sua postura proativa que o diferenciava de seus pares. Este escravo, líder de muitos outros, não era um líder de muitas palavras, porém de muitos exemplos.

Máximo não adotou um modelo de liderança paternalista, apesar do forte vínculo de amizade que o aproximava do escravo negro, Juba; tampouco adotou um modelo liberal, mesmo quando montou uma equipe madura após tantas batalhas em arenas menores, e ao final, no mais violento dos embates do filme, no Coliseu.

Máximo adotou uma liderança democrática e participativa. Tal liderança é voltada para as pessoas que compõem o grupo e nele, há participação dos liderados em todo o processo. Aqui, as diretrizes são decididas pelo grupo, devidamente estimuladas e divididas com ele, pelo líder.

O próprio grupo esboça as providências a fim de atingir o alvo, solicitando aconselhamento técnico ao líder, quando necessário. A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro pode escolher seus próprios companheiros de trabalho. O líder não se impõe pela força que qualquer eventual cargo lhe proporciona. É um membro como os demais do grupo, reconhecido, porém, por sua capacidade de persuasão, em busca do objetivo em comum.

Como você pode notar, apesar de começar a ser estudada após 1930, a liderança, tema de uma série de filmes épicos, é algo antigo, nascida em qualquer momento onde duas ou mais pessoas compartilhem de um mesmo objetivo.

Independente do que tenha acontecido no passado ou que vivamos no presente, os modelos de liderança servem para nos orientar quanto às estratégias de gestão de pessoas a adotar para que se atinjam mais rápida, econômica e efetivamente, os objetivos das organizações onde nós, gestores (gladiadores), treinamos para as disputas sangrentas do mercado, nossa grande arena.

Fonte: HSM